1. "Awesome" para aqui "Awesome" para ali
Esta palavra é dita vezes sem conta pelos americanos. É uma palavra foleira, que acabou por perder o significado pela maneira que é dita. Para eles tudo é "awesome". "Oh my god this is awesome bla bla bla." "Oh man I feel awesome" (mesmo quando estão a cair de bêbados numa discoteca).
Esta excessiva atitude positiva, acaba por transmitir um sentido neutro a palavra. E quando alguém pergunta "How are you?" e a pessoa responde "Ok, I guess", ai conseguimos ver que o caldo está entornado.
5. Como os Americanos vêem os outros países
Verdade seja dita, os americanos não são um povo culturalmente informado. Para eles, tudo aquilo que acontece fora do território americano e que não tem influência passa-lhes um pouco ao lado. A prova disso são as noticias em que quase 99% são apenas notícias passadas nos EUA. Felizmente, os americanos que conhecemos fora da América são culturalmente mais evoluídos do que aqueles que nunca saíram dos EUA.
Quando cheguei a NY ouvia cada baboseira que eu própria me sentia embaraçada com o que diziam.
De onde és?
Sou de Portugal.
Uau. Então deves saber sambar mesmo bem.
Na verdade não. Não gosto muito de samba.
Ah. Então não deves ser portuguesa de verdade.
Os americanos associam sempre Portugal ao Brasil ou a Espanha e nunca sabem muito bem onde fica localizado. Quando a conversa começa a virar para o meu país, tento sempre mudar de assunto, porque não sou nada simpática quando ouço certas coisas.
6. Leis que não fazem sentido
"A sério, prometo que não tenho 12 anos. Por favor deixe-me entrar no bar!"
Já cheguei a ver uma pessoa de 50 anos a ser parada à entrada de um bar por não apresentar um documento de identificação que comprovasse ter mais de 21 anos de idade. Quando cheguei aos EUA, a minha única forma de identificação era o passaporte, e muitas vezes a minha entrada foi negada porque me esquecia de trazer.
Para mim não faz sentido que a idade legal para beber seja aos 21, mas a carta de condução possa ser tirada aos 16 e aos 18 anos se possa comprar uma arma. É ilegal andar na rua com uma garrafa aberta de álcool, mas aparentemente se a puser dentro de um saco castanho de papel já é permitido.
7. Porções demasiado grandes
Um dos grandes problemas de saúde nos EUA é a obesidade, em parte devido às porções de comida que são servidas nos restaurantes. São gigantes, aqui não há meia dose. A não ser que sejam as entradas ou uma salada, qualquer coisa que mandemos vir, vamos acabar por comer demais. Para não falar que na maioria dos restaurantes os refrigerantes são pagos uma vez e pode-se encher sempre que se quiser. Nos cinemas acontece o mesmo, pode-se comer vezes sem conta pipocas e voltar a encher gratuitamente.
Quando vou comer fora é muito raro conseguir comer tudo e acabo sempre por trazer para casa. Mesmo quando no menu diz "porção pequena", tem um significado diferente para os americanos e para nós portugueses.
Esta excessiva atitude positiva, acaba por transmitir um sentido neutro a palavra. E quando alguém pergunta "How are you?" e a pessoa responde "Ok, I guess", ai conseguimos ver que o caldo está entornado.
2. Sorrir não é o mesmo que ser simpático
Tenho amigos americanos que visitaram a Europa e queixam-se que ninguém sorri e que os europeus são muito sérios. "Oh a empregada nem sorriu, que mal disposta". Pois, americanos do meu coração tenho algo para vos dizer, vocês sorriem DEMAIS! Especialmente quando a pessoa trabalha numa área em que os clientes dão gorjetas ( restaurantes, cabeleireiro, bares, cafés, taxis, discotecas). Num restaurante, o empregado já está com um sorriso de orelha a orelha desde que nos vê a entrar na porta. E fica a questão: quanto disto é verdadeiro? Ou é só para receber uma boa gorjeta? Nós, europeus podemos não estar sempre a sorrir, mas quando o fazemos é realmente porque o sentimos.
3. Dar gorjeta
Isto é algo, que mesmo depois de 3 anos a viver nos EUA ainda não consigo entender e acho que vou morrer sem o conseguir fazer. Claro que os americanos acham NORMAL dar uma gorjeta de pelo menos 20% daquilo que é consumido. Escusado será dizer que a maioria deles numa forma de mostrar que gostou do serviço deixam sempre gorjetas de 30% a 35%! Isto para mim é ridículo e já me explicaram que as gorjetas existem porque a maioria dos empregados não recebem ordenado e vivem do que os clientes lhes dão. Entendo perfeitamente e tenho muita pena que isso aconteça, mas que culpa tenho eu que quero apenas jantar e acabo por ter de deixar uns $15 de gorjeta só porque os donos não lhes pagam ordenado? Em Portugal depois de recebermos o troco podemos deixar uns 50 cêntimos e num dia bom até deixamos 1 euro, mas fazemos isso de livre e espontânea vontade porque achamos que determinado empregado mereceu pelo trabalho que prestou. Nos EUA não, dar gorjeta é obrigatória e se for abaixo do mínimo estipulado ( 20%) somos vistos como um grandessíssimos forretas e é melhor não voltarmos lá mais porque nos habilitamos a que nos cuspam disfarçadamente na comida. Na primeira vez que fui almoçar a um restaurante durante o intercâmbio, não sabia da existência de gorjetas, então depois de terminarmos e pagarmos, saímos do restaurante. Quando já estávamos no exterior ouvimos alguém a chamar por nós, olhamos e era o empregado de mesa a dizer que nos tínhamos esquecido de dar gorjeta! Ficamos em choque, estava tudo a olhar para nós na rua com olhares reprovadores. Confesso que só sigo esta regra se sair com americanos porque não quero que me critiquem. Quando saio com portugueses e brasileiros nunca damos os 20% de gorjeta! Damos muito menos!
Como as boas gorjetas depende da forma como tratam os clientes é normal estarmos num restaurante e termos o empregado a vir de 5 em 5 minutos perguntar se está tudo bem. A maioria do tempo faço ok com o dedo porque apanham-me sempre com a boca cheia de comida. Os americanos não vêem problema nenhum, já eu acho completamente despropositado, a não ser que a comida não seja aquilo que pedi ou estiver a ter alguma reacção alérgica, não há motivo para virem a nossa beira constantemente perguntar how is everything guys! Na maioria dos países apenas chamamos o empregado se precisarmos de alguma coisa. Nos EUA, o facto de estarem sempre a verificar se está tudo bem é uma forma subtil de dizer "não se esqueçam de me dar uma boa gorjeta!"
Não me entendam mal, acho que dar gorjetas é algo bom, por exemplo se alguém faz um trabalho excelente porque não dar uns dólares extra, mas infelizmente isto não funciona assim. A maioria dos restaurantes para oferecer um serviço mais barato, não paga aos empregados e nós pensamos que estamos a poupar acabamos por pagar de outra forma.
4. Preços "falsos" em tudo
Se achavam que as gorjetas já eram demais, deixem-me falar de algo que é muito diferente em Portugal. Os preços tabelados nos EUA nunca reflectem aquilo que terá de ser pago. É tudo um esquema de marketing para que as pessoas sintam que vão pagar menos. O preço num menu de um restaurante nunca é o que se vai pagar no final. Para além da gorjeta, temos também de acrescentar as taxas. Porquê tentar camuflar o verdadeiro preço que temos que pagar? É algo que me tira do sério.
Nos EUA existem as famosas lojas 99 Cents, onde a maior parte dos itens custam 99 cêntimos. O problema é que esses simples 99 cêntimos nunca serão pagos pelo cliente, pois é necessário acrescentar as taxas.
Fazem os preços "parecerem" mais baratos, mas que na realidade estão a mentir as pessoas.
Verdade seja dita, os americanos não são um povo culturalmente informado. Para eles, tudo aquilo que acontece fora do território americano e que não tem influência passa-lhes um pouco ao lado. A prova disso são as noticias em que quase 99% são apenas notícias passadas nos EUA. Felizmente, os americanos que conhecemos fora da América são culturalmente mais evoluídos do que aqueles que nunca saíram dos EUA.
Quando cheguei a NY ouvia cada baboseira que eu própria me sentia embaraçada com o que diziam.
De onde és?
Sou de Portugal.
Uau. Então deves saber sambar mesmo bem.
Na verdade não. Não gosto muito de samba.
Ah. Então não deves ser portuguesa de verdade.
Os americanos associam sempre Portugal ao Brasil ou a Espanha e nunca sabem muito bem onde fica localizado. Quando a conversa começa a virar para o meu país, tento sempre mudar de assunto, porque não sou nada simpática quando ouço certas coisas.
6. Leis que não fazem sentido
"A sério, prometo que não tenho 12 anos. Por favor deixe-me entrar no bar!"
Já cheguei a ver uma pessoa de 50 anos a ser parada à entrada de um bar por não apresentar um documento de identificação que comprovasse ter mais de 21 anos de idade. Quando cheguei aos EUA, a minha única forma de identificação era o passaporte, e muitas vezes a minha entrada foi negada porque me esquecia de trazer.
Para mim não faz sentido que a idade legal para beber seja aos 21, mas a carta de condução possa ser tirada aos 16 e aos 18 anos se possa comprar uma arma. É ilegal andar na rua com uma garrafa aberta de álcool, mas aparentemente se a puser dentro de um saco castanho de papel já é permitido.
7. Porções demasiado grandes
Um dos grandes problemas de saúde nos EUA é a obesidade, em parte devido às porções de comida que são servidas nos restaurantes. São gigantes, aqui não há meia dose. A não ser que sejam as entradas ou uma salada, qualquer coisa que mandemos vir, vamos acabar por comer demais. Para não falar que na maioria dos restaurantes os refrigerantes são pagos uma vez e pode-se encher sempre que se quiser. Nos cinemas acontece o mesmo, pode-se comer vezes sem conta pipocas e voltar a encher gratuitamente.
Quando vou comer fora é muito raro conseguir comer tudo e acabo sempre por trazer para casa. Mesmo quando no menu diz "porção pequena", tem um significado diferente para os americanos e para nós portugueses.
Olá Diana!
ReplyDeleteIndiquei-te para participar no Tag: Conhecendo as/os Blogueiras/os.
http://celebratinglifebyana.blogspot.pt/2014/02/tag-conhecendo-asos-blogueirasos.html
Obrigada!
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Obrigada!
Também vou morrer sem aprender a dar gorjeta. Em alguns lugares já está incluído no preço final, mas não frequento esses lugares!!!
ReplyDeleteEssa imagem errada sobre o mundo, aqui no Brasil também é muito comum. A maioria fala muita bobagem, principalmente sobre os países da América Latina.
Oh credo essa da gorgeta deixou-me doida... e a da cultura também... eles genuinamente não querem saber do que se passa no mundo porque o mundo é os EUA. -.-
ReplyDeleteA mim aconteceu-me o mesmo quando soube os valores das gorgeta lol
ReplyDeleteassino por baixo o que escreveste aqui, e aqui ainda tem a agravante de ser mais interior mais "redneck"
bjooo
Essa parte das gorjeta e dos preços não serem os reais já eram o bastante para dar comigo em doida!! Das gorjetas tinha uma ideia - apesas de nunca ter ouvido essa versão, de que os empregados não tinha ordenado... -, mas essa dos preços deixou-me parva!
ReplyDeleteGostei de ler estas curiosidades, não fazia ideia que era assim!
ReplyDelete:)
DeleteA gorjeta nem é a parte que mais me indignou (apesar de tb n perceber o porque) mas sim as taxas, principalmente em NYC que são altíssimas... Adoro ler as mensagens.. :)
ReplyDeleteNY e Califórnia tem as taxas mais altas!
Deleteaqui em Londres nao se aplica a regra dos 20% mas TODOS deixam gorjetas. E BOAS gorjetas.
ReplyDeleteno inicio achei muito estranho, porque tal como disseste em Portugal nao 'e costume deixar gorjetas.
acho que 'e uma coisa que nunca me vou habituar.. deixar 10 ou 20£ de gorjeta 'e impensavel!
Eu acho um absurdo gorjetas assim!
DeleteJá tinha ouvido falar dessa das gorjetas... bolas! Outra expressão que já reparei que é muito usado pelo americanos: "you know".
ReplyDeleteSim, you know e like estão sempre presentes!
DeleteAs gorjetas e as taxas são um abuso. Mas o que mais me aflige é o patriotismo desmesurado dos americanos e a sua ignorância em relação ao resto do mundo, porque têm complexo de superioridade.
ReplyDeletehttp://thelusofrenchie.blogspot.pt
Encontra se de tudo. Mas e verdade que geografia nao e muito com eles!
DeleteNem é só na geografia, não vejo interesse por parte de muitos em nem sequer conhecer a cultura dos outros países.São capazes de ouvir fado e dizer "awesome", 😄. Agora a sério, é verdade que há de tudo, há americanos e americanos. Mas o super patriotismo parece-me algo muito enraízado e muito comum, não?
Deletehttp://thelusofrenchie.blogspot.pt
Encontrei o teu blog porque meteste um gosto no meu instagram e fiquei curiosa por ver um nome português.
ReplyDeleteNão sei bem o que fazes ou onde vives, mas o que é certo é que eu também sou ( ou fui mais) adepta dos US. De todas as vezes que estive por là, achei, ao contrario, certas coisas muito muito melhores do que dizes ai acima mas certamente porque eu não cresci em Portugal mas sim num pais europeu ainda mais "frio".
Como disse, não sei bem onde vives, mas o que é certo é que acho que se tivesses perto de mim nos iamos dar bem porque ja vi que és mais ou menos como eu :p Não apenas com este desporto mas a nivel de desporto e vida saudavel ;)
Beijinho
Simplesmente adoro o que escreves sobre a tua experiência nos "states". É escrita de forma verdadeira, e dá-nos a sensação de como é realmente lá viver. :)
ReplyDeleteContinua com estes textos!! beijinhos *
Amei o post. Sou brasileira, nunca fui aos Estados Unidos, mas meu pai morou lá por 10 anos e minha prima fez intercâmbio por 1 ano.
ReplyDeleteLembrei de várias histórias que eles me contaram.
O tópico 5, por exemplo, me lembrou uma história de cada um.
Minha prima estava em uma reunião do intercâmbio, nos Estados Unidos e um dos grandes do intercâmbio disse a ela que esteve no Brasil recentemente, quando ela perguntou onde, a resposta foi "BUENOS AIRES"! A capital do Brasil é Brasília, Buenos Aires é a capital da Argentina (país aliás do qual guardamos rivalidade por causa do futebol rsrs), minha prima deu sorrisinho amarelo e não teve coragem de desmentir.
Meu pai também conta uma que demonstra bem isso. Uma amiga dele foi para lá e arrumou um namorado estadunidense, mostrou para ele umas fotos da cidade dela. Ela era de Fortaleza, uma cidade belíssima, no Nordeste, com praias incríveis. Ele duvidou que era o Brasil, achava que no Brasil só tinha a favela do Rio de Janeiro (que aliás é apenas uma parte de uma cidade linda) e a floresta amazônica.
É complicado! O pior que além de não conhecerem nada para além da fronteira, ainda querem saber mais do que todos sobre os outros países.
;*
http://espeloteadaepatricinha.blogspot.com.br/
As minhas experiências americanas fazem com que concorde com tudo!!!
ReplyDeleteE quanto à comida... Num restaurante de auto-estrada, um casal obeso com dois filhos obesos, olhava para mim como se eu fosse anoréctica, porque o meu prato estava raso de comida e não em forma de pirâmide como os pratos deles! :-)
É tudo tão verdade, identifico-me tanto com este texto!
ReplyDeleteNa minha primeira vez em NY também vieram atrás de mim num restaurante "esqueceu-se de deixar gorjeta!". É de facto um aspecto cultural muito diferente. Nunca deixo as alarvidades de % que sugerem, deixo muito menos, mas como vou aos EUA uma ou duas vezes por ano, já interiorizei que a gorjeta vai sair. Dou muito mais nos EUA do que dou por cá!
Quando como fora nos EUA, 80% das vezes pedimos um prato e uma salada e dividimos. E os free refill? Ainda bem que não sou de refrigerantes! :P
Tem coisas muito diferentes, algumas até más, mas adoro essa terra! Saudades.